quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Vivenciar o Luto


foto google



"A sociedade moderna, mais que qualquer outra era histórica, vem negando sistematicamente a presença da morte; algo que deveria ser considerado um processo natural acaba se convertendo em uma experiência dolorosa e quase insuportável. 

Como ninguém se prepara para vivenciá-la, pois se tornou um tabu até mesmo pensar em sua existência, perder um ser querido converte a vida de alguém em um terrível redemoinho de dor e sofrimento.

Como a morte é rejeitada e, pior que isso, praticamente ignorada, a maior parte das pessoas não sabe mais como enfrentá-la; muitas vezes isto implica em uma relação funesta com o luto, pois nos tempos pós-modernos ele é algo com quem ninguém mais sabe lidar; afinal, como viver esta experiência se ela agora carece de significado?
É fundamental que o ser humano se conscientize de que sua existência é composta de ciclos, de recomeço e de transformações; tudo sempre passa, por mais impossível e insuportavelmente doloroso que pareça, no primeiro momento. E o corpo físico é perecível, enquanto a alma, do ponto de vista da maior parte das religiões, permanece viva.
Urge resgatar antigos mitos e mitologias, com os quais a Humanidade aprendeu a compreender a realidade a sua volta; bem como reviver velhos rituais e tradições ancestrais, pois através deles o Homem entendeu e aceitou melhor a morte na Antiguidade. Infelizmente, com o domínio da Igreja Católica, principalmente a partir da Idade Média, tudo se transformou, e o medo assumiu o primeiro plano.
A terapia do luto ainda não é muito conhecida no Brasil, embora seja normal na Inglaterra e nos Estados Unidos. Nestes países um esforço interdisciplinar, que une terapeutas, psicólogos e psiquiatras, contribui para a recuperação de pessoas que estão vivendo a experiência da perda, da morte de entes queridos.
Estes pacientes são orientados e conduzidos neste difícil processo de trazer para o plano da consciência a dor e o sofrimento, pois reprimi-los nos subterrâneos do inconsciente só contribui para que a pessoa passe a viver um luto crônico, incessante. 
 É necessário que ela extraia de dentro de si todos os sentimentos e emoções ligadas a esta carência.
A meta desta terapia é eliminar, gradualmente, a dor que se cristaliza no interior daqueles que vivenciam a morte de alguém importante, bem como a rejeição do evento, os sutis processos de escape e o temor do porvir. 
O profissional ajuda o indivíduo a compreender que a morte é um processo natural, que atinge a todos em algum momento da vida, o que o leva a ver esta ocorrência como algo comum, não enquanto um fato excepcional e místico.
O que é, afinal, vivenciar o luto? 

É permitir que a dor venha, passe, e aos poucos se desvaneça, assim como as saudades, a melancolia, qualquer traço de culpa ou de remorso que invada o íntimo do ser enlutado; também é essencial falar sobre o morto, e não fingir que nada aconteceu. 

Só assim será possível alcançar a catarse que ameniza a dor e deixa o coração livre do que o oprime.
O ramo terapêutico que estuda este campo, e do qual deriva a terapia do luto, é a Psicologia da Morte, esfera que investiga os fatores sócio-psicológicos que estão relacionados ao Luto e a qualquer esforço de encarar as perdas mais profundas. 
Esta terapêutica se direciona não só àqueles que enfrentam a dor da morte, mas também aos que passam por enfermidades que aproximam o paciente desta realidade. 
O mecanismo de orientação não demanda mais que dez sessões, e às vezes pode até se resumir a um único encontro; tudo depende das condições em que o paciente se encontra."


Fonte:
De Ana Lúcia Santana
www.infoescola.com
http://recantodasletras.uol.com.br/cronicas/2471972
http://dekabarros.wordpress.com/2010/08/30/terapia-do-luto/
http://www.wix.com/mcostajunior/terapiadoluto

9 comentários:

  1. Olá amiga, bom que estás de volta!
    Deus te ajude a passar por este momento difícil, e que Ele dê o conforto e consolo que necessitas para seguir tua caminhada.
    Um grande abraço, amada!!

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  2. Muito interessante essa postagem. Eu desconhecia esse tipo de terapia, mas achei bastante oportuno, principalmente do ponto de vista de nos dá um equilíbrio num momento tão marcado pela dor e pela fragilidade, digamos assim... Recentemente perdi um irmão num acidente de moto e vejo meus outros irmãos, assim como eu, dando voltas, tentando entender tal fatalidade... E como ficamos marcados e de como ainda lutamos para tocar nossas vidas adiante! E tudo isso é muito difícil...
    http://www.luceliamuniz.blogspot.com.br/

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  3. Sandra, sinto pela sua perda... Mas vc sabe que a vida transcende, e ela será eterna, vc pode até cristalizar a dor, mas vida estará sempre pulsando em outro plano...
    Excelente texto! Sempre conversamos aqui em casa sobre a morte, e pior já até planejamos algumas coisas em função dela, vemos como algo natural, e é natural! Temos a presunção de acharmos que a matéria é eterna, sendo que é só uma passagem para mais um aprendizado.

    Um abraço caloroso com boas energias!

    Beijosss

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  4. Acho importante esse período de luto que temos que viver. Passar por ele, chorar, colocar pra fora, depois ,pouco a pouco, ficar apenas com as saudades. Lindo dia,beijos,chica

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  5. Sandra aprendi com a vida e as separações (em 10 anos foram 10 falecimentos - inclusive meu pai) que cada dor é diferente, e cada um sente de uma forma, por vezes tentar falar algo para ajudar prejudica mais do que traz alento.
    E com o tempo aprendemos (se nos permitirmos) a sentir uma saudade gostosa. Não sofremos saudade, apenas agradecemos os momentos e oportunidades que tivemos....
    Mas não sei como cheguei a essa conclusão apenas aprendi ao vivenciar cada uma das despedidas certas, necessária e definitivas que aconteceram.

    Muita Luz e Paz
    Abraços

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  6. Oi Sandra!
    Este momento de vivência do luto não é fácil, nele mesmo se passa pela negação da morte até aceitá-la com serenidade. Que Deus a ajude neste momento tão delicado.
    Beijinhos!

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  7. Fico feliz que voltou a escrever.
    Não conhecia esse tipo de terapia, mas acho que você faz aqui é terapêutico para quem lê, e para você.
    A sua força serve de motivação para muitas pessoas, que te seguem e admiram seu trabalho.
    Sucesso é tudo que desejo para você, minha querida amiga.
    Bj Leticia

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  8. Querida Sandra, excelente texto.Obrigada! Falar sobre a morte para algumas pessoas é quase um tabu, aquele tipo de assunto proibido. Talvez por não ver a morte como um fim, mas como uma passagem, procuro encará-la como algo natural, não dizendo com isso que não sofremos com a morte de quem amamos, longe disso. O que ocorre é que não nos desgovernamos. Choramos, sentimos e muito. Viver o luto é primordial. É apenas a dor da saudade, das lembranças, mas a certeza que não perdemos ninguém, pois continuamos a amar o ser querido de forma igual. Querida, que Deus te dê a FORÇA e a CORAGEM para enfrentar este momento, minhas sinceras vibrações. Um beijo no seu coração. Elis Dias

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  9. Por agora, é só a dor, chorar, sentir-se triste, perdida, abandonada. Chorar e lembrar-se dela com carinho, falar nela, muito, muito. Mantê-la viva na lembrança.
    Onde estiver, há de estar bem, feliz, sem fome, sem frio, sem dor, em paz.
    Beijo!

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